sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Soluções



A história é velha, dos tempos em que eu dava aulas numa escola e em que não tinha ainda uma câmara digital. E dos tempos em que ainda não havia parquímetros na cidade.

A escola ficava bem ao fundo de uma rua comprida, que possuía passeios bem largos de um dos lados. Esses passeios eram parcialmente ocupados por automóveis estacionados em espinha, parte no passeio, parte no asfalto, dando espaço para todos em segurança: peões e veículos.
Acontece que mesmo no fim da rua, na curva em cujo lado de fora ficava escola, tal não era possível de fazer: se se deixasse espaço para os peões caminharem no passeio, impedia-se a passagem do eléctrico da Carris, implicando engarrafamento, multa, reboque…
Pois havia um carro que todos os dias ali estacionava e, para evitar a confusão, encostava o pára-choques à parede do prédio. Bem encostadinho. Aliás, fazia-o com tanta regularidade, tão encostado e sempre no mesmo sítio, que o estuque da parede já tinha as marcas do encosto.
A solução, para todos, era contornar o carro assim parado, caminhando no asfalto e, pior ainda, de costas para o trânsito.

Uma manhã, aproximava-me eu em passo rápido da escola que ainda queria tomar um café antes de ir para a sala de aula, e preparei-me para fazer o de sempre: contornar o carro assim estacionado.
Mas, nem sei bem porquê, estaquei e fiquei a pensar: “Porque raio tenho eu que colocar a minha vida em risco, se é o dono ou dona deste carro que, além de egoísta, está a infringir a lei?”
E se pensei isto, agi em conformidade: usando o pneu dianteiro como degrau, subi para o capôt do carro, dei dois passos e saltei para o chão do outro lado. E atravessei a rua onde devia, em segurança.
Claro que os alunos que aguardavam a hora de entrarem, dentro ou fora do gradeamento, fizeram a algazarra que se adivinha, mimoseando-me com vários títulos, um dos quais um já muito meu conhecido “O maluco do prof JC”.
No dia seguinte, nada de novo. Ou quase. O carro no local de sempre e eu impedido de caminhar em segurança no passeio. A única coisa menos comum era a quantidade de malta nova que, dentro ou fora dos portões aguardava a minha chegada.
Claro que nestas coisas o que custa é a primeira vez: tornei a subir para cima do carro, dar dois passos e saltar para o chão. Sem andar aos saltos em cima da chaparia, mas também sem me preocupar qual o melhor lugar onde colocar os pés, deixando as óbvias marcas no metal.
O terceiro dia parecia dia de festa: tinha mais de metade da escola à minha espera e, discretos numa janela superior, alguns professores espreitavam para ver a função. Que se repetiu com a maior das naturalidades, com aplausos e gritaria bem audíveis quase ao fim da rua.

Nunca houve um quarto dia. Aquele local, obviamente destinado aos peões, nunca mais foi ocupado por uma automóvel estacionado ou não. E eu nunca fui questionado sobre os danos na viatura, apesar de ser bem identificável o tipo das barbas, chapéu e de mala na mão.
Ainda hoje, quase vinte anos depois, estou para saber quem seria o dono ou dona daquele carrito branco.

A fotografia?
Não corresponde à situação descrita.

Mas foi situação recorrente há uns anos numa rua do meu bairro, que resolvi de forma semelhante, ainda que com menos ginástica.

By me 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Convenhamos



O raio do carro está mesmo muito mal estacionado.
E este tipo de coisas faz-me sair do sério.
É que não está bem simétrico nas riscas definidoras da passagem de peões.
E mal tinha eu acabado de fazer a foto, surge o respectivo condutor que, olhando para mim e para a câmara, se mete no carro rapidamente.
Eu a pensar que ele ia corrigir a situação e… então não é que se pirou?!

Nem deu tempo p’ro registo da matricula.

By me 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Crime e recursos



Naquele almoço a conversa recaiu sobre um tema já batido: os jovens que morreram na praia do Meco, levados pelo mar.
Alargou-se a conversa, até porque as sensibilidades eram várias, e falou-se também daqueles que arriscam a vida dos outros: pescadores e automobilistas. E alguém alvitrou que as penas de multa deveriam ser bem mais pesadas para aqueles que, à revelia das instruções das autoridades, avançam para situações de risco. No caso do mar, os custos das buscas e salvamentos são incomportáveis numa sociedade como a nossa.
Com uma certa dose de radicalismo, mas sincero na opinião, disse eu que esses casos, a serem punidos, não o deveriam ser com multas. Que há quem tenha dinheiro para as pagar e ficar a rir-se.
Por mim, e a verificar-se a infracção, seria pena de prisão efectiva – semanas ou meses – não remíveis a dinheiro. Que a privação de liberdade é igualitária nas condições económicas dos infractores.
E se as penas aplicadas pelos tribunais servem para que o infractor aprenda uma lição, umas semanas de prisão são bem mais eficazes que uma qualquer multa.
A resposta que ouvi deixou-me literalmente siderado! “Não há recursos para prender tanta gente”.
Ora batatas!
Não é importante que os criminosos ou infractores aprendam a não o fazer ou ser. O que conta, mesmo, é o custo da sua reintegração social. E, em não havendo recursos para tal, transforme-se o crime ou infracção em fonte de receita do estado.
Suponho que, na douta opinião de quem comigo partilhava a mesa, esta seja uma solução para baixar o deficit, reduzir a dívida pública e fazer regressar o país aos mercados.

Assim sendo, proponho de novo uma ideia antiga:
Actue-se em conformidade com lei e autuem-se todos os veículos que, ilegitimamente, estacionam nos passeios e passagens de peões, impedindo-lhes a sua livre e segura circulação.

Pelas contas que fiz, há uns dois ou três anos, uma única patrulha policial apeada, em Lisboa, renderia aos cofres do estado num ano a módica quantia de dez milhões de euros.

By me

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Exemplos



Era o primeiro do ano e eu vinha do almoço.
E estranhei o carro assim e aqui parado. Os quatro piscas ligados mas as luzes de emergência apagadas, bem arrumadinho mas vazio na passadeira semaforizada de uma importante via da cidade.
Olhei em redor. Talvez que tivesse havido um acidente, que o dia estava de chuviscos, e eles tivessem vindo tomar conta da ocorrência. Até onde a minha vista alcançava, nada se via.
Pensei que tivesse havido um qualquer problema numa loja, banco ou quejando e prestei mais atenção. Os bancos próximos ficam ali mesmo, na esquina, e as caixas automáticas estavam vazias. E nas ruas, onde sempre se junta gente em caso de alteração da ordem pública, todos caminhavam com ar tranquilo de quem está a viver o primeiro dia do ano.
Chateou-me o facto. Afinal, era exactamente nesse dia que entravam em vigor as novas alterações ao Código da Estrada. E, novidade, eram salientados os mais vulnerareis – gente com dificuldade de locomoção, crianças, peões, ciclistas – e o aumento das regras para a sua protecção. E um carro de polícia estacionado na passadeira de peões e de bicicletas…
Tirei a câmara do bolso e fiz o registo. Solitário, que quem por ele era responsável teimava em não estar por perto.
Anotei a matrícula do carro, a data e a hora (estas últimas supérfluas, que a câmara havia-as registado). Bem como o local, esquina da av. da República com a av. Duque de Ávila. E continuava sozinho.
Acendi um cigarro e lamentei não ter comigo os autocolantes de protesto e alerta. Já tenho poucos, mas este seria um excelente caso para os usar. Mesmo que os vidros estivessem molhados, reduzindo drasticamente a sua capacidade de aderência.
Estava eu a pensar tudo isto, e já o cigarro fumado, quando surgem os agentes. Sorridentes, como quase toda a gente na rua neste primeiro de Janeiro, traziam consigo um saco de papel do MacDonalds, cheio, que talvez contivesse os seus almoços. Ou de qualquer camarada a quem fossem entrega-lo.
Olharam para mim, que estava sozinho e especado no meio do largo passeio, câmara na mão, mochila nas costas e boné na cabeça, e algo disseram que os fez rir ainda mais. Talvez que uma referência ao Pai Natal.
E lá seguiram no seu carro, como se tudo estivesse bem e dentro das normas legais e convenientes.
O que não estava nada normal ou legal era que dois agentes da PSP, sem estarem em trabalho de emergência (almoço não conta) estacionassem o seu carro-patrulha – com a matrícula 58-CN-46 – no mesmo local em que, noutras condições, haveriam de multar um qualquer civil.

A posse de farda, crachá e arma não dá direito a infringir a lei, seja ela qual for. E quando os exemplos de cumprir a lei não são dados por eles, como o podem exigir aos demais?

By me

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Código da estrada



Entram amanhã em vigor as alterações ao código da estrada.
Em tudo quanto é lado tenho lido avisos sobre de que modo se deve circular nas rotundas e de que forma os velocípedes podem circular e os veículos a motor os devem respeitar.
É bom ver estas alterações e respectivos alertas.
Mas gostava de aqui recordar um artigo em particular, e algumas das suas alíneas, que estão em vigor há muito tempo.
Infelizmente, com a entrada em vigor das alterações não saem da via pública os que não respeitam os peões.

Artigo 49º

1 – É proibido parar ou estacionar:

d) A menos de 5 metros antes e nas passagens assinaladas para a travessia de peões ou velocípedes;

f) Nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direccionais, nas placas centrais das rotundas, nos passeios e demais locais destinados ao trânsito de peões;


By me

sábado, 28 de dezembro de 2013

98-64-RJ



Sejamos honestos:
A pessoa que conduz este carro tem uma grande dose de civismo, ao garantir que, no estacionamento, cabe mais um.
Poderia, como tantos que conhecemos, ocupar por completo o espaço, não sendo possível que outro, mesmo que como este tenha mais de metade do parque livre, aqui estacione.
Também acredito que quem aqui colocou a viatura, seja cumpridor do código da estrada. Que, assim, ao sair da viatura encontra-se logo na zona reservada a peões, não correndo o risco de um acidente por estar na faixa de rodagem.

Alguém conhece o dono do carro para lhe dar umas palmadas, perdão, umas palmas de apreço?

By me 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

46-01-UM



De pouco adiantou dizer ao cavalheiro que conduzia este carro que não deveria ali deixá-lo.
Tal como de nada serviu explicar-lhe que ali é uma passagem de peões e que, assim, impedia-nos de usar o que é nosso por direito.
E foi inútil acrescentar que a lei pune tais comportamentos.
“Sim, sim!”, “Pois, pois!” e “Não demoro!” foi o que ele me soube dizer enquanto se afastava.
Regressou uns minutos depois, encetando uma maço de cigarros e após ter bebido uma bica, no café/mercearia que existe na esquina.
Se mais não fiz (auto-colante, limpa-vidros, retrovisor) foi porque o catraio de poucos anos, sentado no banco de trás, olhava para mim com cara de espanto.
Não deveria ele pagar pelos disparates do talvez pai, a quem nunca deveriam ter entregue carta de condução e, muito menos, licença de paternidade.

Fica o registo e a referência à matrícula da viatura.

By me

sexta-feira, 12 de abril de 2013

De raiva!




Não tem muito que saber: são situações destas que me tiram do sério e que me levam a perguntar porque raio pagamos nós impostos.

Esta fotografia foi feita há dois dias, numa avenida importante do meu bairro. Mas poderia ter sido feita em quase qualquer dia dos últimos meses.
Esta fotografia foi feita pouco antes da cinco e meia da tarde. Mas poderia ter sido feita em quase qualquer hora do dia ou da noite.
Porque o dono deste carro entende que este local é seu e é ali que o estaciona. Impunemente.
E se digo impunemente não é à-toa.
A lei vigente, em particular o código da estrada, proíbe e pune este comportamento. Pelo que qualquer patrulha policial que aqui passe notará a infracção.
Mas, mais grave ainda: este local fica a muito pouca distância de uma escola do primeiro ciclo. Pouco depois da cinco e meia da tarde, são várias as dezenas de crianças que, acompanhadas ou não por adultos, aqui passam em saindo da escola. Que são obrigadas a seguir pelo asfalto, de costas voltadas para o trânsito. E sabemos o que são crianças do primeiro ciclo, entre os seis e os dez anos, quando saem da escola.
Pergunto, assim, que andam a fazer as patrulhas da PSP que por aqui passam diariamente, tanto as convencionais como as do projecto “escola segura”.
Tal como pergunto se só contam actuar quando alguma criança for aqui atropelada.

Fica a localização: Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes, Tapada das Mercês, Mem Martins.

By me

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Pela lei, pela grei e pelo conforto




Tinha eu acabado de fazer umas fotos de umas sombras na parede quando chegaram.
Estacionaram, saíram da viatura e foram para o posto da GNR de Sintra, à direita e fora da imagem.
Regressaram uns cinco minutos depois, com alguns comentários não muito lisonjeiros ao eu ter feito a fotografia.
“Nos entretantos”, e felizmente, ninguém quis usar aquela nesga de passeio, área exclusivamente reservada a peões. Que, quando não, seria obrigado a pôr a vida em risco, no asfalto, para conforto de uma manobra de estacionamento de um militar da GNR.

By me

terça-feira, 28 de junho de 2011

2:08



Depois de anos intermináveis de obras, foi reaberta há uns meses a av. Duque de Ávila, em Lisboa. E que bom aspecto tem ela!
Uma só faixa de rodagem permitiu que o passeio se transformasse em alameda pedonal larga, com ciclovia e tudo. Novos candeeiros, novos bancos, espaço para esplanadas, semáforos usando LEDs, tudo aponta para a devolução da avenida aos cidadãos em geral e aos peões em particular, tornando o local aprazível.
Tanto mais quanto num dos seus extremos se encontra aquele que é, talvez, o mais novo jardim da cidade, o do Arco do Cego. Demasiado soalheiro, talvez, mas gosto dele, confesso.
Aquilo de que não gosto, mas nem um nico mesmo, é a limitação imposta aos peões na travessia da Av. Da República.
É que um cidadão normal que respeite os semáforos necessita de dois minutos e oito segundos para a atravessar. Não é exagero, já que eu mesmo o testei por três vezes e os resultados são consistentes.
Aqui os semáforos estão programados para os automóveis e não é possível atravessar este cruzamento de uma só vez. Pior ainda, quem quer que respeite os noveis semáforos, mais altos que o habitual, fica retido bem no meio da Av. Da República, no estreito separador entre as duas faixas centrais, as de maior tráfego e velocidade. E estar ali parado, de pé, tendo os automóveis a circular à frente e atrás não é, seguramente, das coisas mais tranquilas para fazer, seja qual for a hora do dia.
Receio bem que um destes dias ali venha a acontecer um daqueles acidentes absurdos, cuja responsabilidade caberá, na sua grande parte, à Câmara Municipal e aos técnicos que insistem em vocacionar a cidade de Lisboa para os automóveis, esquecendo que as cidades se fazem de pessoas e não de máquinas.

Texto e imagem: by me

domingo, 15 de maio de 2011

Dois carros, dois casos



A fotografia de cima mostra a intervenção policial, na Av. Álvares Cabral, em Lisboa. Fora chamada porque a viatura que está a ser rebocada impedia o acesso ao portão, devidamente sinalizado com o regulamentar sinal de “estacionamento e paragem proibida”, tal como consta do código da estrada.
Quem chamou o reboque policial foi o dono de um carro que queria entrar no referido portão: tratava-se de um elemento da empresa de segurança da escola a que dá acesso o portão e que queria ali arrumar a viatura porque em mudança de turno.
Até aqui tudo bem e de acordo com a sociedade civilizada em que vivemos.
O que já não está consentâneo com essa sociedade é o que consta na segunda fotografia: um carro estacionado bem no meio de uma passagem de peões semaforizada. E mais triste ainda é esta situação ter acontecido a escassos 50 metros da primeira.
Uma mereceu a atenção policial, a outra foi o que se viu, o que se vê e o que se vai vendo por todo o país: este está configurado para os automóveis, sendo os peões um impecilho à sua normal circulação.

By me

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Uma rua



O que tem de especial esta fotografia? Aparentemente nada!
Uma rua sossegada, num bairro popular de Lisboa, num dia de chuva, com alguém que caminha, um carro no passeio, uma luz sem… Espera lá!!!!!!
Um carro no passeio?!!!!! É isso: um carro no passeio! Só um carro no passeio!
Conheço esta rua, José Duro de seu nome, há umas dezenas de anos. E não me recordo de alguma vez a ter visto com os passeios quase completamente desobstruídos, livres para que os peões neles possam caminhar sem entraves. É que nem no meu tempo de escola, e estudei por perto, mesmo lá no finzinho dela, aqui se conseguia andar.
Fica o satisfatório registo da ocorrência e a esperança, meio utópica, de um dia ver este e todos os outros passeios assim, desempoeirados de viaturas, com espaço para andar, brincar, sonhar, ou apenas estar e usufruir do que é nosso: o passeio!

Texto e imagem: by me

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

À porta da esquadra



A fotografia era esta. O texto que a acompanhava era este: http://wheelsversuslegs.blogspot.com/2010/10/porta-da-esquadra.html .
O conjunto, e para além da publicação na web, foi enviado para o comando da PSP, acrescido dos detalhes sobre data, local, matricula e a minha identificação formal.
Eis que recebo ontem a seguinte missiva, via e-mail:

“Ex.º Sr. J. C. Duarte

A PSP agradece o seu contacto e informa-o que o e-mail que nos endereçou mereceu a nossa melhor atenção, tendo já sido adoptadas as correspondentes recomendações quando a esta matéria.
Não obstante este facto, julgamos pertinente informar V.º Ex.ª que o motociclo em causa era pertença de um cidadão, o qual naquele momento encontrava-se no interior da subunidade policial a formalizar uma denúncia, tendo este por falta de alternativa, estacionado o seu veiculo em infracção.
Estas situações são pontuais, merecendo por isso alguma condescendência por parte de alguns elementos da PSP, para não agravar ainda mais a situação de uma potencial vítima.
Contudo, nada justifica o comportamento adoptado perante V.º Ex.ª, o qual desde já lamentamos.

Certos da vossa compreensão, com os meus cumprimentos.

Fábio Ruben de Castro
Comissário”


Posso presumir que, tendo demorado quase um mês a responder, e atendendo a algum grau de detalhe, alguma coisa foi feita.
Já quanto às alternativas de estacionamento referidas, está à vista o que poderia ter sido feito.
Espero que tenha servido de exemplo ao agente de serviço naquele dia. Mas não o posso garantir!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

85-64-DT 44-73-NC


R.bEmídio Navarro, Lisboa, 2010-11-01

66-93-XM 55-80-RB


R. Emídio Navarro, Lisboa, 2010-11-01

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EMEL

Texto entregue em mão na loja da EMEL, empresa que gere o estacionamento de superfície em Lisboa.
Segundo me foi dito pela simpática senhora que me atendeu, posso contar com uns três meses de espera pela resposta, se esta for emitida dentro do prazo habitual.
Espero eu, também, que nesse entre-tempo ninguém seja seriamente ferido neste local.
E eles que esperem também por mim, que lá pelo Natal tratarei de saber algo sobre o assunto, se esse for o caso.


“Ao fundo da Av. Casal Ribeiro o passeio foi ocupado com o tapume de uma obra. Foi colocada sinalização vertical e horizontal para indicar o desvio dos peões.
Acontece que, em seguindo esse desvio, são os peões conduzidos à faixa central onde não podem caminhar por estar ocupada por automóveis estacionados nos lugares devidos e por vós cobrados.
Assim sendo, sugiro que anulem esses lugares, permitindo o trânsito a peões ou, em alternativa, que seja colocado um corredor de segurança, balizado, onde os peões possam caminhar.”


Texto e imagem: by me
(Propositadamente, este texto foi escrito à revelia do novo acordo ortográfico)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

À porta da esquadra

Eu até nem costumo caminhar por aqui. Mas o tempo estava bom, eu não tinha pressa e queria ir fazer umas fotografias ali à junta de freguesia.
E, quando dei por mim, não consegui passar: mesmo à porta da esquadra de polícia estava a moto que aqui se vê, barrando o caminho aos peões.
Achei que era demais. De uma forma ou de outra, e mesmo não gostando, vamos estando habituados aos passeios selvaticamente, e à margem da lei, ocupados por viaturas. Mas mesmo à porta da esquadra de polícia ultrapassava todos os limites do tolerável!
Entrei na esquadra e, quando o agente de serviço me questionou sobre o que ali me levava, expliquei-lhe que queria passar e não podia.
“Onde?”, perguntou ele.
“Ali mesmo à vossa porta. Aquela moto não me deixa espaço para caminhar no passeio.”
Saiu ele do edifício e, com um à-vontade que então estranhei, dirigiu-se-lhe, endireitou o guiador e, fazendo equilíbrio do lado de cá, que é um declive, e encolhendo a barriga do outro, por via do murete baixo, deu umas três ou quatro voltas em torno da moto.
De regresso a junto a mim, disse-me:
“Vê? Eu passei à-vontade, e peso 106 quilos!”
E regressou ao interior da esquadra.
Confesso que fiquei sem resposta.
Da ineficácia, do fechar de olhos, da tolerância policial, todos temos consciência e já o constatámos pessoalmente.
Agora que ironizem e que brinquem connosco quando nos queixamos de uma ilegalidade, é bem mais do que o cidadão comum pode esperar.
Ainda estive para o seguir ao seu posto de trabalho, pedir-lhe a identificação e chamar pelo graduado de serviço, a quem apresentaria uma queixa formal da moto estacionada e outra do comportamento do seu subordinado. Mas dentro de uma esquadra, queixarmo-nos de um agente que ali está de serviço não é, certamente, das coisas mais salutares que podemos fazer. Fiquei-me pelo registo fotográfico.
Mal tinha tido tempo de fazer esta única que aqui se vê quando sai da esquadra um homem que, junto à moto, sorriu para mim, pôs o capacete, subiu para ela e abalou.
Conclui que tinha, de facto, feito o melhor. Enfrentar o corporativismo policial no seu terreno não é, certamente, a melhor coisa a fazer em prol da saúde, mais a mais quando acontece no nosso bairro de residência.
Fica o relato, a identificação do veículo, que a tenho, e o fazer chegar este episódio ao comando da PSP.
Esqueceram-se, estes agentes, que o direito à indignação e ao protesto é inalienável. Tal como se esqueceram que são funcionários públicos e que quando um cidadão a eles se dirige é suposto responderem com a urbanidade que a sua farda e função exigem.

Texto e imagem: by me

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Opções policiais

Em chegando ao principal largo do meu bairro, tudo parecia estar como de costume: a estação de comboios no mesmo sitio, o centro comercial também, o quiosque continuava a vender revistas e tabaco, os passeios mantinham-se ocupados por automóveis…
A única nota dissonante era uma patrulha apeada de três membros da divisão de trânsito da PSP. Bem visíveis à distância, que a sua braçadeira vermelha não dá azo a confusões.
Estavam eles (dois homens e uma mulher) olhando pacatamente o que ali se passava e foram-se dirigindo para os meus lados, que parara eu no cruzamento das duas ruas da imagem.
Esperei que se aproximassem quanto bastasse e interpelei-os sobre se iriam actuar em relação aos passeios ocupados.
Responderam-me que sim que talvez, mas que primeiro haveriam de tratar destes outros, estacionados também à margem do código da estrada, mas na faixa de rodagem.
Então eu espero, disse-lhes, vou ali ao Multibanco e volto. É que, sabem, faço questão de fazer valer os meus direitos como peão e sempre gostaria de vos ver aplicar a lei.
“Vá”, disse-me ela em tom irónico, “e aproveite e tome um ou dois cafés, que isto vai demorar muito!”
Fui, voltei, esperei, fui tomar um café, voltei, continuei a esperar e, hora e meia depois, estavam todos os estacionados na faixa de rodagem multados, alguns com os condutores identificados.
Entretanto, e porque a presença deles ali, bem como o que estavam a fazer, já tinha sido divulgada por tudo quanto era lugar nas imediações, todos os carros que estavam no passeio haviam partido, dando lugar a um passeio largo, bonito de se ver, e seguro para quem nele quisesse caminhar.
Fui-me embora, que nada mais havia ali para eu ver. Já na estação, do outro lado do largo, ainda vi a agente que me havia recomendado dois cafés, na zona do passeio, a olhar para ele e para mim, encolhendo os ombros.

Claro que, tendo que definir prioridades, o estacionamento irregular no asfalto é bem mais importante que a segurança dos peões.
Resta saber se é uma opção dos agentes de segurança, se uma decisão dos seus comandos ou se depende da importância das coimas aplicadas.

Texto e imagem: by me

terça-feira, 14 de setembro de 2010

49-JG-33


Não estava nem bem nem mal disposto.
Vinha do almoço, o calor apertava e tinha levado uma “tampa” no tocante a uns olhos que queria fotografar. Mas não se pode ganhar sempre.
Eis que vejo esta carrinha estacionar como se vê: em cima do passeio. Tão ou mais caricato é que, do outro lado da rua, a esta hora, abundam os lugares vagos.
E estava eu a pensar se interviria ou não, quando vejo ultrapassar a carrinha, pelo asfalto, duas senhoras, uma empurrando um carrinho de bebé, acompanhadas por três pimpolhos com não mais de 5 ou seis anos.
Aí achei que tinha mesmo que fazer algo!
Dirigi-me ao motorista, ainda sentado ao volante e com uns vinte e tal de idade. Saudação regulamentar, um passo atrás e questionei-o sobre se tinha visto aquela grupo de gente a caminhar pela faixa de rodagem, que ele ocupava o passeio.
Com um sorriso, diz-me que sim, que havia visto.
Engolindo em seco, sugiro-lhe que, para evitar que se repetisse, que fosse ocupar os lugares vagos ali existentes.
Diz-me que não, que nem pensar, que estava ali para atender aquela loja e que não estava para carregar as encomendas através da rua.
Ainda lhe sugeri que, ao menos, ocupasse o asfalto e não o passeio.
Que não! Que ali estava bem e que quanto mais tempo eu ali estivesse à conversa com ele, mais tempo ficaria a bloquear o caminho aos peões.
Nada mais havia a dizer. Nova saudação regulamentar e afastei-me para fazer as fotografias habituais, enquanto ele saída da carrinha e tratava da sua vida. Tal como eu, que fui à minha.
Uns dez minutos depois, já eu estava na minha rua, vejo-o chegar. Tinha ido dar a volta ao quarteirão, que até é grande, em minha busca. Parou do outro lado e interpelou-me:
“Já que fez as fotografias, agora quero a sua identificação!”
“Obviamente que não! Identificado apenas na esquadra.”
Com um sorriso, convidou-me a entrar que seguiríamos para lá.
Entrar na carrinha seria o mesmo que “pedir festa”, pelo que lhe disse que sempre se poderia chamar o carro patrulha.
O sorriso rasgou-se-lhe de orelha a orelha e rematou, antes de seguir:
“Olhe, se lá for, não se esqueça de dar cumprimentos a Fulano de Tal. É o meu pai!”

Não fixei o nome. Fazê-lo ou anotá-lo seria garantir que lá iria e que daria um valente raspanete ao tal agente, pai de tal criatura, por ter nas ruas um filho assim.
Mas fica-me de memória a viatura e a carantonha do rapazola que pensa ter as costas e o resto quentes. Que, cedo ou tarde nos tornaremos a encontrar em circunstâncias semelhantes aqui no bairro. E, nessa altura, talvez seja mesmo necessário chamar a patrulha por via de um qualquer incidente rodoviário. Quem sabe?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

56-DJ-71

R. Francisco Salgado Zenha, Tapada das Mercês, 2010/08/26

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eram uns quantos


Eram uns quantos. Uns quantos que, como este aqui da esquerda, estavam estacionados em cima do passeio.
Depois de ter posto a carta nos correios, regressei ao local e fiz as fotos do costume. Lamentavelmente do costume.
E estava eu por ali, na esperança de ver as carantonhas de quem tal havia feito, quando vejo descer a rua um carro patrulha. Não tinha nada que saber: Fiz-lhes sinal para pararem.
Aproximei-me da janela da direita e a agente que aí estava perguntou-me o que se passava. A minha resposta foi simples:
“Como é que eu posso caminhar pelo espaço que me está reservado?”
O agente que conduzia perguntou, deixando-me desconcertado:
“E qual é o espaço que lhe está reservado?”
“O passeio!”, retorqui, fazendo um gesto amplo e mostrando os quantos lá estavam parados.
Manobraram o carro e estacionaram onde se vê, saindo para continuar a conversa. Expliquei-lhes eu a ilegalidade da situação, bem como da frequência com que acontece.
Fui então informado que não eram da zona, mas que haviam chamado o carro patrulha correspondente. E foram à sua vida, ele e ela, de farda, crachá ao peito e arma à cinta.
“Bem posso esperar!”, pensei. E enganei-me!
Uns cinco minutos, ou o tempo de um cigarro, depois, eis que chega outro carro patrulha. Juntaram-se os quatro agentes, conferenciaram, os primeiros foram-se e os segundos vieram tomar conta da ocorrência.
Entretanto, já tinham debandado os que estavam, bem como um outro que, no meio-tempo, tinha parado.
Conversa vai, conversa vem, debatemos a questão do estacionamento ilegal nesta rua, bem como no resto da freguesia, e fiquei a saber que é a mesma patrulha que cuida das autuações nestes casos que também cuida das questões criminais e das desavenças conjugais, quando para tal é chamada. E que tinham interrompido uma chamada para um assalto a uma loja, já consumado, para aqui virem em resposta ao pedido dos colegas.
Foram-se, com a minha esperança de que algo fizessem junto da hierarquia.
E ainda mal tinham chegado ao fundo da rua, já outro ocupava de novo o passeio.
Desisti! Por hoje desisti! Mas só por hoje, entenda-se, e da parte da manhã, que de tarde logo se vê!

Texto e imagem: by me

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

54-38-UT

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/11

58-09-UE

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/10

92-73-IU


Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/10

01-CM-63 10-27-TS


R. Em´dio Navarro, Lisboa, 20101/08/09

75-53-OA 25-48-CL


R. Emídio Navarro, Lisboa, 2010/08/09

39-GL-97

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/07

65-47-VB


Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/06

60-67-RZ

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/08/06

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

70-94-TT

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/07/31

85-HT-95


R. José Falcão, Lisboa, 2010/07/30

65-GG-93


Av. Duque Dávila, Lisboa, 2010/07/30

54-DZ-89


Largo da Estação, Tapada das Mercês, 2010/07/22

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Destes


Não me importo de ver estacionados no passeio.
Mas só destes!

terça-feira, 20 de julho de 2010

33-JC-30


Largo da Estação, Tapada das Mercês, 2010/07/19

22-78-BT

Largo da Estação, Tapada das Mercês, 2010/07/14

quarta-feira, 7 de julho de 2010

65-91-RV

Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/07/07

28-70-VI


Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/07/07

18-42-IO

Largo da Estação, Tapada das Mercês, 2010/07/07

quarta-feira, 30 de junho de 2010

41-GG-77


Foi há uns dias, mesmo junto à Gare do Oriente, em Lisboa.
Este carro de instrução parou onde se vê, logo a seguir à passagem de peões semoforizada. Desligou o motor e, do lado do condutor saiu uma jovem (ou um jovem, já não recordo com exactidão).
O que recordo muito bem é que quem estava no lugar da frente, do lado direito, se deixou ficar, tendo aberto a porta, suponho que por causa do calor, a remexer nuns papeis. Ali mesmo, em segunda fila, obrigando o restante trânsito a desviar-se.
Ainda que eu mesmo não seja condutor, entendi que não estava certo. Mais para mais, tratando-se de um carro de instrução. E meti-me ao barulho!
Aproximei-me do lado do passageiro, dei-lhe a saudação, fiz continência regulamentar e, dando um passo atrás, perguntei-lhe se era instrutor, o que confirmou. No mesmo tom, inquiri-lhe se não teria vergonha de, nessa condição, ter o carro ali estacionado, em segunda fila, ao arrepio do código da estrada. A resposta estarreceu-me: “Não, não tenho!”, foi o que ouvi.
Mais nada havia a dizer. Após um novo “boa-tarde” e de uma continência, afastei-me sobre o passeio e fiz o registo da situação. Furioso de não ver, em redor, um agente da PSP a quem apresentar formalmente queixa.
Ainda veio o tal instrutor ter comigo, dizendo-me que não estava “estacionado” mas sim “parado”, esquecendo-se que, naquelas circunstâncias, aberto, de chave no interior e na faixa de rodagem, se classificava como abandonado. Disse-lho e afastei-me.
Mas não me afastei muito. Sempre queria ver até que ponto a situação se arrastava. Arrastou-se por mais um quarto de hora, que foi quando entrou a bordo uma instruenda e seguiram para a aula prática.

Pergunto-me, face a este e muitos outros exemplos semelhantes por parte de quem instrui, como nos espantamos de ver tantas infracções ao código, nomeadamente, os estacionamentos indevidos em segunda fila na faixa de rodagem e nos passeios.
Tal como me pergunto como será possível um instrutor de condução ter autorização legal para dar aulas tendo este comportamento.
Se, um dia, decidir aprender a conduzir, pela certa que não será nesta escola de condução!

Texto e imagem: by me

sábado, 19 de junho de 2010

32-AB-05


Largo da Estação, Benfica, Lisboa, 2010/06/13

41-IU-57


Largo da Estação, Tapada das Mercês, 2010/06/13

34-BQ-83

Av. Embaixador Aristides de Sousa mendes, Tapada das Mercês, 2010/06/12

37-15-EQ



Largo da Estação de Benfica, Lisboa, 2010/06/11

08-10-HF


Av Gomes Pereira, Lisboa, 2010/06/11

39-82-ZG

R. António Ferreira Gomes, Tapada das Mercês, 2010/06/08

76-05-IQ

Av Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/06/08

52-40-IC


Av. Embaixador Aristides de Sousa Mendes, Tapada das Mercês, 2010/06/08

31-53-OA


R. Francisco Salgado Zenha, Tapada das Mercês, 2010/06/07

64-72-QS

R. Afonso Lopes Vieira, Lisboa, 2010/06/06