terça-feira, 28 de junho de 2011

2:08



Depois de anos intermináveis de obras, foi reaberta há uns meses a av. Duque de Ávila, em Lisboa. E que bom aspecto tem ela!
Uma só faixa de rodagem permitiu que o passeio se transformasse em alameda pedonal larga, com ciclovia e tudo. Novos candeeiros, novos bancos, espaço para esplanadas, semáforos usando LEDs, tudo aponta para a devolução da avenida aos cidadãos em geral e aos peões em particular, tornando o local aprazível.
Tanto mais quanto num dos seus extremos se encontra aquele que é, talvez, o mais novo jardim da cidade, o do Arco do Cego. Demasiado soalheiro, talvez, mas gosto dele, confesso.
Aquilo de que não gosto, mas nem um nico mesmo, é a limitação imposta aos peões na travessia da Av. Da República.
É que um cidadão normal que respeite os semáforos necessita de dois minutos e oito segundos para a atravessar. Não é exagero, já que eu mesmo o testei por três vezes e os resultados são consistentes.
Aqui os semáforos estão programados para os automóveis e não é possível atravessar este cruzamento de uma só vez. Pior ainda, quem quer que respeite os noveis semáforos, mais altos que o habitual, fica retido bem no meio da Av. Da República, no estreito separador entre as duas faixas centrais, as de maior tráfego e velocidade. E estar ali parado, de pé, tendo os automóveis a circular à frente e atrás não é, seguramente, das coisas mais tranquilas para fazer, seja qual for a hora do dia.
Receio bem que um destes dias ali venha a acontecer um daqueles acidentes absurdos, cuja responsabilidade caberá, na sua grande parte, à Câmara Municipal e aos técnicos que insistem em vocacionar a cidade de Lisboa para os automóveis, esquecendo que as cidades se fazem de pessoas e não de máquinas.

Texto e imagem: by me

domingo, 15 de maio de 2011

Dois carros, dois casos



A fotografia de cima mostra a intervenção policial, na Av. Álvares Cabral, em Lisboa. Fora chamada porque a viatura que está a ser rebocada impedia o acesso ao portão, devidamente sinalizado com o regulamentar sinal de “estacionamento e paragem proibida”, tal como consta do código da estrada.
Quem chamou o reboque policial foi o dono de um carro que queria entrar no referido portão: tratava-se de um elemento da empresa de segurança da escola a que dá acesso o portão e que queria ali arrumar a viatura porque em mudança de turno.
Até aqui tudo bem e de acordo com a sociedade civilizada em que vivemos.
O que já não está consentâneo com essa sociedade é o que consta na segunda fotografia: um carro estacionado bem no meio de uma passagem de peões semaforizada. E mais triste ainda é esta situação ter acontecido a escassos 50 metros da primeira.
Uma mereceu a atenção policial, a outra foi o que se viu, o que se vê e o que se vai vendo por todo o país: este está configurado para os automóveis, sendo os peões um impecilho à sua normal circulação.

By me