quarta-feira, 30 de junho de 2010

41-GG-77


Foi há uns dias, mesmo junto à Gare do Oriente, em Lisboa.
Este carro de instrução parou onde se vê, logo a seguir à passagem de peões semoforizada. Desligou o motor e, do lado do condutor saiu uma jovem (ou um jovem, já não recordo com exactidão).
O que recordo muito bem é que quem estava no lugar da frente, do lado direito, se deixou ficar, tendo aberto a porta, suponho que por causa do calor, a remexer nuns papeis. Ali mesmo, em segunda fila, obrigando o restante trânsito a desviar-se.
Ainda que eu mesmo não seja condutor, entendi que não estava certo. Mais para mais, tratando-se de um carro de instrução. E meti-me ao barulho!
Aproximei-me do lado do passageiro, dei-lhe a saudação, fiz continência regulamentar e, dando um passo atrás, perguntei-lhe se era instrutor, o que confirmou. No mesmo tom, inquiri-lhe se não teria vergonha de, nessa condição, ter o carro ali estacionado, em segunda fila, ao arrepio do código da estrada. A resposta estarreceu-me: “Não, não tenho!”, foi o que ouvi.
Mais nada havia a dizer. Após um novo “boa-tarde” e de uma continência, afastei-me sobre o passeio e fiz o registo da situação. Furioso de não ver, em redor, um agente da PSP a quem apresentar formalmente queixa.
Ainda veio o tal instrutor ter comigo, dizendo-me que não estava “estacionado” mas sim “parado”, esquecendo-se que, naquelas circunstâncias, aberto, de chave no interior e na faixa de rodagem, se classificava como abandonado. Disse-lho e afastei-me.
Mas não me afastei muito. Sempre queria ver até que ponto a situação se arrastava. Arrastou-se por mais um quarto de hora, que foi quando entrou a bordo uma instruenda e seguiram para a aula prática.

Pergunto-me, face a este e muitos outros exemplos semelhantes por parte de quem instrui, como nos espantamos de ver tantas infracções ao código, nomeadamente, os estacionamentos indevidos em segunda fila na faixa de rodagem e nos passeios.
Tal como me pergunto como será possível um instrutor de condução ter autorização legal para dar aulas tendo este comportamento.
Se, um dia, decidir aprender a conduzir, pela certa que não será nesta escola de condução!

Texto e imagem: by me

2 comentários:

Peão Indignado disse...

É triste ver no que este país se tornou de há uns tempos para cá. Não há respeito por nada nem por ninguém, todos se estão pouco lixando para o civismo e ainda há quem se ache dono da razão e aja impunemente. Isto também é provocado pelo facto das autoridades estarem, cada vez mais, a ignorarem estas situações como se não lhes dissesse respeito nem fizesse parte do seu trabalho. Nada disto aconteceria num país evoluido. Portugal mais não é do que um país de terceiro mundo.

Anônimo disse...

Desculpe estando a meter.
Antes de mais, gosto dos seus textos.. Parabens..

Mas em relação a este post.
Eu sou instrutor, e tenho de dar a minha opinião.

Se o tal carro estava parado, com o passageiro lá dentro que possa retirar o carro quando este esta a trapalhar a passagem do carro que esta estacionado devidamente.
Não há, e passo a reforçar, não existe nenhuma infração praticada.
Mesmo que este abandone o carro nem que seja uns minutinhos, mas sinalização presente, já que a possição do carro obrigava a um desvio de transito...


:') Minha humilde opinião.